quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dificuldades locais fazem com que o combate à transmissão vertical do HIV seja um desafio no país

De acordo com dados oficiais, a prevalência do HIV entre as gestantes brasileiras é de 0,4%. Em 2010, a taxa de casos de aids em crianças de até 5 anos de idade para cada grupo de 100 mil habitantes foi de 5.8 no na região Sul. É o maior índice do Brasil. No Centro-Oeste, a taxa é 0,9.

“Com a Rede Cegonha e a ampliação do teste rápido, esperamos que haja melhorias”, disse Rodrigo Zilli, do setor de pediatria do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. A Rede Cegonha citada por ele é o programa da presidenta Dilma Rousseff para promover o atendimento integral de saúde para gestantes e crianças.

Segundo Rodrigo, o Ministério da Saúde fornece as diretrizes de como evitar a transmissão vertical do vírus da aids. Essas diretrizes incluem o teste de HIV durante o pré-natal e, caso a gestante se descubra soropositivo, ela deve ser tratada com antirretrovirais ao longo da gestação e receber AZT durante o parto. “A execução desses passos depende muito das gestões locais. Em algumas regiões há muita dificuldade com o pré-natal de qualidade”, disse o integrante do Departamento de Aids.

Rodrigo admite que o exame laboratorial do HIV, que não fornece o diagnóstico na hora, é um complicador. “Em alguns locais o resultado pode demorar em ficar pronto. Estamos trabalhando na ampliação do teste rápido (cujo resultado sai em cerca pronto em cerca de 40 minutos).”

Realidade de São Paulo

Também presente na abertura dos eventos, a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, Maria Clara Gianna, afirmou que no Estado os casos de transmissão do vírus da aids de mãe para filho estão relacionados a situações de vulnerabilidade social. Como exemplo, ela citou o caso de mulheres usuárias de crack.

“O desafio é chegar a essas populações, pois elas não vão ao serviço. Precisamos ser criativos no acolhimento e evitar que ocorra gravidez em condições de grande risco de infecção pelo HIV”, afirmou.

O estudo Avaliação da Transmissão Vertical do HIV no Estado de São Paulo, realizado pelo Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo e divulgado em 2010, aponta que, entre as 992 gestantes notificadas com HIV em 2006, a taxa de transmissão vertical do vírus da aids é de 2,7%. A sorologia da criança foi ignorada em 18,8% dos casos.

Embora ao longo dos anos tenha havido importante queda nos casos dessa forma de infecção pelo HIV – baixou de 9,4% em 2000 para 2,7% em 2006 - a coordenadora de Transmissão Vertical de HIV e Sífilis do Programa Estadual, Luiza Matida, avalia que é “lamentável” que eles ainda sejam uma realidade.

Em 2009, o Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo lançou o “Plano de Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis”. Entre as propostas constam o aumento na cobertura de testagem para HIV e sífilis no pré-natal; e a ampliação do número de maternidades que efetivamente realizam todas as medidas de profilaxia da transmissão vertical do HIV e sífilis.

“Uma das nossas maiores dificuldades é a prevenção planejada da gravidez em mulheres com HIV. Exige grande investimento”, declarou Luiza.

Desafios
Leia a integra da matéria no site Agência Notícias da AIDS - clicando aqui.
Referência: Texto e Imagem - Site Agência Notícias da AIDS – dia 16nov2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dia Mundial de luta contra a AIDS; veja 10 mitos sobre a doença

De 1980 a junho de 2010, foram registrados 592.914 casos de Aids no Brasil, de acordo com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde. Ao longo desse período, mais de 220 mil mortes ocorreram em decorrência da doença.

Outro dado preocupante é que o resultado do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2010 afirma que, embora os jovens tenham elevado o conhecimento sobre a prevenção da patologia, há tendência de crescimento do HIV entre eles. O levantamento feito com mais de 35 mil garotos de 17 a 20 anos indica que, em cinco anos, a prevalência do vírus nessa população passou de 0,09% para 0,12%.

No Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro), confira dez mitos sobre a enfermidade, que fazem parte da campanha 10 Mitos e 1 Verdade: a Aids existe. Previna-se, realizada em São Paulo pelo Instituto Kaplan - Centro de Estudos da Sexualidade Humana, com o apoio da Abbott. As explicações abaixo são de Camila Macedo Guastaferro, psicóloga, educadora sexual e coordenadora de projetos do Instituto Kaplan.

1 - HIV e Aids são a mesma coisa
O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus causador da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), doença que ataca o sistema imunológico. Há muitas pessoas soropositivas (com o vírus) que vivem durante anos sem desenvolver a síndrome.

2 - Não é preciso se preocupar com a Aids porque já existe tratamento
Em primeiro lugar, a Aids tem tratamento, mas não apresenta cura. Além disso, os medicamentos devem ser tomados por toda a vida e podem causar efeitos colaterais, como diarreia e vômito.

3 - Quem é HIV positivo não precisa fazer sexo seguro
Sexo sem proteção pode fazer com que a pessoa entre em contato com outro subtipo de HIV ou ainda aumente a sua carga viral. Fora isso, abre espaço para contrair outras doenças sexualmente transmissíveis.

4 - Sexo oral não transmite o HIV
O sexo oral também proporciona contato direto com secreções sexuais e, caso haja algum ferimento na boca ou no tubo gástrico de quem o faz, pode ocorrer a transmissão, sim.

5 - Um casal virgem não corre risco de pegar HIV
O vírus não é transmitido apenas pelo sexo. Pode-se contraí-lo ao compartilhar seringas e agulhas; em transfusão de sangue contaminado; durante o parto normal. Portanto, alguém virgem pode ser portador do vírus e passá-lo.

6 - Quem tem parceiro fixo não precisa usar camisinha
Mesmo se for feito um teste que comprove que o parceiro não é portador do HIV, ele pode adquirir depois.

7 - Quem tem HIV não pode ter filhos
Se o casal tem algum portador do vírus, é importante procurar por um médico para indicar as formas de evitar a transmissão para o filho e o parceiro. Vale mencionar que o HIV não afeta a fertilidade.

8 - A Aids pode ser transmitida pelo beijo
A saliva não tem carga viral suficiente para transmitir a doença. Mas, se o portador tiver um sangramento considerável na boca e o parceiro apresentar uma ferida, pode haver contágio. A situação é rara.

9 - O teste de HIV só deve ser feito quando há suspeita de Aids
É importante descobrir o vírus o quanto antes para evitar a Aids e suas complicações. Portanto, quem praticou sexo inseguro, compartilhou seringas e teve contato com sangue deve fazer o teste.

10 - Quem tem HIV desenvolverá Aids, inevitavelmente
O tratamento oferece a possibilidade de a Aids não se manifestar.


Fonte: Por PATRICIA ZWIPP
Site terra / Saúde - dia 01dez2010

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

“É preciso levar o diagnóstico precoce do HIV aos jovens, diz ministro Padilha à revista Veja

Parte da entrevista com Ministro da Saúde na revista Veja – 14/11/2011
Para ler entrevista completa acesse o Site: Agência AIDS

Pergunta ao Ministro:
Já podemos dizer que a aids é um problema sob controle?

Não. Hoje há uma grande preocupação com o combate à aids entre as mulheres jovens, principalmente de 13 a 19 anos. Há uma redução das práticas de sexo seguro entre os mais jovens. E uma geração que não teve as referências que a minha geração, que está na faixa dos 40 anos, teve no combate à aids. A atual geração não teve ídolos e celebridades que sofreram com a doença. E preciso levar mais informação e diagnóstico mais rápido para a população, sobretudo para os mais jovens.

domingo, 13 de novembro de 2011

Resultados do Sábado Solidário de novembro 2011

Mas um dia de grande alegria para todos que estão unidos em torno do nosso lema – ABRACE ESTA CAUSA. O Sábado Solidário da SAPE do último dia 12 novembro, contou com a presença de vários amigos doadores, alguns que são presenças freqüentes e um outro conjunto que sempre levam suas doações em dias da semana e que ainda não conhecíamos pessoalmente. Podemos dizer que esse foi um dos SSS que proporcionou um dos maiores volume de itens arrecadados, como apresentado no quadro e teve o maior número de amigos doadores presentes, alguns com seus acompanhantes totalizando cerca de 26 pessoas.

Como sempre, foi uma oportunidade de contato direto com todos os doadores. Para trocarmos experiências, falarmos dos projetos futuros da SAPE e da nossa grande preocupação em avançarmos nas discussões sobre a questão da prevenção dessa silenciosa doença que é o HIV. Também pudemos discutir sobre a possibilidade de avançarmos em outros projetos, como foi a discussão que tivemos sobre o Projeto – Chequei, todo indo para casa - produção de um kit infantil para os recém natos, a ser entregue as mães soropositivo no momento de alta pelo parto na maternidade da HUGG e da inscrição na SAPE.


Outro êxito do dia foi a venda da camisetas da Rota Solidária que foi muito elogiada quanto estampa e o material ecologico usado na fabricação.

O próximo Sábado Solidário será no dia 10 dezembro 2011 – segundo sábado do mês e por ser mês par, contaremos com a presença dos motocilistas alinhados a nossa causa.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Idosos com HIV exigem cuidados especiais

11 de novembro de 2011 (Bibliomed). A Aids está aumentando entre os idosos e aqueles que são HIV positivo têm maior risco de contrair outras doenças não relacionadas ao HIV ou à Aids. Dados mostram que de 1990 a 2010, o número de pacientes soropositivos com idade entre 50 e 64 anos aumentou de 3% para 25%.

As chamadas "comorbidades", ou doenças secundárias, são um tópico de discussão crescente na medicina de HIV - particularmente as comorbidades não relacionadas à AIDS - e que elas ocorrem com a AIDS apesar do tratamento retroviral. É o caso de doenças cardiovasculares e pulmonares, além de hábitos como consumo de álcool e cigarro.

Segundo pesquisadores suíços, o tratamento e a prevenção de doenças não relacionadas do HIV são cada vez mais necessários para pessoas da terceira idade que sejam soropositivas. O trabalho, desenvolvido pelo grupo Swiss HIV, reuniu vários estudos realizados com um total de mais de 9.000 pacientes soropositivos de janeiro de 2008 a dezembro de 2010.

A coordenadora do Hospital de Epidemiologia, no Hospital Universitário de Zurique, Barbara Hasse, explica que pacientes soropositivos podem conviver com o HIV desde que se tratem, o que permite que levem uma vida normal. Segundo a pesquisadora, o tratamento com antirretrovirais podem prolongar a vida dessas pessoas.

Fonte: Diário da Saúde, 09 de novembro de 2011
Referencia: Site Boa Saúde – UOL – dia 11/11/2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Câmara dos Deputados aprova pena de prisão para quem discriminar doentes de aids

A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira 19 de outubro 2011, o Projeto de Lei 6124/05, do Senado, que define como crime, sujeito a reclusão de um a quatro anos e multa, a discriminação dos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e dos doentes de aids. Devido a mudanças feitas pela Câmara, o texto retorna para nova análise do Senado.

Entre as situações que podem ensejar o enquadramento como crime estão a de negar emprego ou trabalho; segregar a pessoa no ambiente escolar ou de trabalho; recusar ou retardar atendimento de saúde ou divulgar sua condição de portador do vírus HIV ou de doente de aids com o objetivo de ofender sua dignidade.

Outras situações que podem ser classificadas como crime são as de recusar, atrasar, cancelar ou segregar a inscrição de aluno em creche ou estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado. A pessoa também não poderá ser impedida de permanecer como aluna.

Demissão polêmica
Antes da votação, os partidos de oposição e deputados de partidos da base governista não concordaram em analisar o substitutivo da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), aprovado em 2009. Os líderes decidiram votar o texto original do Senado com a aprovação de um destaque que excluiu do texto a possibilidade de enquadrar como crime a exoneração ou demissão de cargo ou emprego em razão da condição de portador do vírus.

Os defensores do destaque argumentaram que é muito difícil para o empregador provar que estaria demitindo um empregado devido a outros fatores – ligados ao seu desempenho profissional, por exemplo – e não por ter aids. Atualmente, a Lei 7.716/89 já pune a discriminação por raça, cor, etnia, religião e procedência nacional.

Veja tramitação e íntegra da PL-6124/2005 no site da Câmara dos Deputados.
Clique aqui

A matéria foi publicada originalmente na Agência Câmara de Notícias.
Referencia:
Site DST/AIDS – dia 21out2011

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Infectados pelo HIV via transmissão vertical são chamados de ‘filhos da aids´, conta José Rayan, da Rede Nacional de Jovens com HIV e AIDS

Natural de Manaus, José Rayan (foto), 19 anos, se infectou com o HIV via transmissão vertical. Preocupado com a defesa dos direitos das pessoas que também têm esse vírus, ele se tornou representante da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo e Convivendo com HIV e Aids.

Segundo Rayan, as pessoas que têm o vírus da aids desde bebê e, principalmente aquelas que cresceram em casas de apoio, não gostam de dizer que pegaram o vírus da mãe, pois são chamadas discriminatoriamente de “filhos da aids”.

Rayan conta que o preconceito em relação aos infectados via transmissão vertical é quase sempre relacionado aos pais. “Muitas pessoas comentam que os pais puderam escolher usar a camisinha, já nós não tivemos essa opção e somos vistos como coitadinhos”, disse. “E quando as pessoas ficam sabendo que a mãe tinha aids, geralmente associam à prostituição”, acrescentou.

Para ele, a maior dificuldade em ter o vírus desde criança foi entender o que é a aids e se adaptar ao coquetel antirretroviral.

O jovem acredita que a alta taxa de transmissão vertical do HIV na região Norte se deve ao desconhecimento por parte das gestantes. “Muitas mães soropositivas não sabem que é possível ter filhos sem risco de transmissão do vírus. Quando elas descobrem isso, já estão amamentando”, comentou.

Rayan destaca também que na região Norte há carência de centros de saúde, o que faz com que muitos partos sejam feitos em casa por parteiras, correndo mais risco de transmissão.

De 1999 a 2009, a taxa de casos de aids em menores de cinco anos cresceu três vezes no Norte do país. Hoje, a região tem uma média de 4 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, ficando atrás apenas da região Sul com 5.8 casos para o mesmo proporcional de habitantes.

Redação da Agência de Notícias da Aids.

Fonte: Agência AIDS Dia 13/10/2011 – clique aqui